3 graus de confiança!

Qual não foi nossa surpresa ao chegar de volta a Adelaide no começo do mês. No mesmo dia passamos por três lugares que nos surpreenderam muuuuito.

Primeiro: o ônibus que tem motorista que faz papel de motorista e cobrador, e o ticket você mesmo coloca na maquininha. Claro que não tem ninguém checando se você coloca ou não, se pagou ou não. Até aí, vários outros lugares (=primeiro mundo) também têm. Aqui, a única coisa um pouco mais diferente de outros países que eu já estive, é que tem vários ônibus e trens que são grátis numa parte da cidade. Então se você só vai circular nesta área, não tem que pagar. Mas se pretende ir mais longe, tem que pagar. Ou seja, nas linhas que têm trechos grátis, dificulta um pouco o controle que os outros passageiros podem ter sobre você, aquela coisa de te olhar feio se você faz algo errado, peer pressure, sabe? Talvez você não colocou o ticket na maquininha porque você realmente não precisa. Enfim, este é o primeiro grau de confiança, semi banal... hehehe Claro que há punições para quem anda sem ticket, mas ainda não vi isso acontecendo, óbvio... hahaha

No mesmo dia resolvemos ir ao cinema, já que a casa estava mesmo vazia... Compramos o ingresso e ficamos na fila. Quando entramos na sala, com lugares marcados, ninguém checou se o ingresso era para este dia, para esta sessão, e menos ainda se a gente tinha ingresso, etc. Loucura né???? E confesso que, todas as vezes que penso nisso, tenho que me convencer de que não posso dar uma de espertinha. Que as consequências de ser pega são muito ruins e, principalmente, que o sistema funciona justamente baseado na confiança. Claro que deve ter gente dando o pulo do gato, mas acho que enquanto o sistema é lucrativo, não há necessidade de ter ninguém checando a entrada, certo? Este nível de confiança eu ainda estou digerindo...

Por fim, quando eu achava que já tinha visto tudo, no mesmo dia fomos ao supermercado! (HAHAHA pensaram que nunca veriam um post sobre isso por aqui né? HAHAHA Só porque no supermercado daqui não tem tartarugas em pedaços e ninguém tromba em você? Só porque aqui não tem "jogo com regras anti-estrangeiros"??? hahaha Pois estão enganados!!! Aqui tem um jogo beeeem mais divertido!!!!)

Fomos ao super mais perto da gente, bem ao lado do mercado central (que merece um post à parte...). Enfim, quando estávamos indo para a fila, vimos que tem uns poucos caixas com cobrador, e todos os outros são “auto-caixas”. Uns 10 ou mais auto-caixas. Primeiro ele pede que você coloque a sacola ao lado do caixa. Se você não trouxe, tem que comprar e já começa a passar sua primeira compra no scanner. Mas no momento que você coloca a sacola ao lado do caixa, existe uma balança que “zera” o peso da sua sacola. Aí, cada produto que você passa no scanner tem que ser colocado imediatamente na sacola. O computador, com uma estimativa do peso do produto, sabe se você colocou o produto certo dentro da sacola. Se você coloca algo mais pesado ou mais leve, ou se tira algo que já estava, o computador trava. Uma luzinha vermelha acende no alto do seu auto-caixa e um funcionário do supermercado, que fica “correndo” entre estes caixas, vem para “destravar” a máquina. Claro que isso é super rápido. Também existe a possibilidade de não se colocar a coisa na sacola, como foi o caso da nossa vassoura. Se o computador sente que você não colocou nada na "balança", ele pergunta se você não quer colocar o item na sacola. E fica marcado na tela os itens que você não quer colocar lá dentro. Então o funcionário pode, a qualquer momento, ver o que está pago mas não está na sacola. Quando você termina, você clica como quer pagar, há mil opções. A melhor delas é dinheiro ou cartão com PIN (porque não tem que assinar, só passa seu cartão na máquina e põe a senha), paga, e pronto. Se você tem que assinar, é um pouco mais complicado. Você assina numa "televisãozinha" digital, e a assinatura aparece na tela. A luz vermelha acende e o funcionário vem te resgatar, compara as assinaturas da tela e do cartão, e libera a compra. E hoje comprei um suco e tomei um pouquinho enquanto fazia a compra. Claro que a máquina travou porque o peso era diferente. hehehe Não preciso falar que AMO ir ao super né??? Hihihihihi sério, é ANIMAL!!!!

Bom, brasileiros e brasileiras, como diria um antigo político da minha infância: "fé no Brasil (...) juntos chegaremos lá!"